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Discussão em torno da avaliação final do Internato

A mesa redonda sobre a avaliação do Internato pretende fazer o ponto da situação do Exame Final de Internato em Medicina Geral e Familiar. De acordo com o moderador, Hélder Farinha, a discussão vai incidir sobre as principais vantagens e desvantagens do exame segundo a metodologia atual, dando a conhecer os pontos de vista do Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF) da Ordem dos Médicos, da ADSO (Associação Nacional de Docentes e Orientadores de MGF) e dos médicos de família. O objetivo é divulgar propostas de melhoria deste exame fulcral na formação dos médicos de família e lançar ideias para a sua concretização.

O formato do exame final do Internato de Medicina Geral e Familiar é o mesmo desde há vários anos e, apesar das várias opiniões discordantes, “não se afiguram alterações realmente significativas nos próximos anos”. De acordo com Hélder Farinha, recém-especialista em Medicina Geral e Familiar, “a insatisfação é generalizada para todos os que estão envolvidos no processo: internos, orientadores e unidades de saúde”. Na realidade, “não existe um verdadeiro exame final de internato em Medicina Geral e Familiar. O exame atual é, em muitos aspetos, semelhante ao da generalidade das especialidades hospitalares, quando as particularidades da MGF exigem um formato radicalmente diferente”.
A metodologia atual “compromete qualquer tipo de avaliação justa”, prossegue o jovem médico de família. “O processo envolve uma burocracia extrema”. Para os internos existe “uma quase obrigatoriedade de elaboração de currículos extensos, penosos para quem os escreve e para quem os lê. Os internos têm receio de omitir factos, muitas vezes irrelevantes, sob pena de serem penalizados, o que para o júri se torna um verdadeiro suplício de muitas centenas de páginas”.
A prova prática é, na opinião de Hélder Farinha, outro fator de injustiça: “não existem critérios para a escolha do doente, o que significa que o interno tanto pode ser presenteado com uma criança saudável, como com um idoso com pluripatologia e polimedicado”. Na unidade de saúde onde são prestadas as provas, isso significa “uma manhã inteira, durante a qual a atividade assistencial é fortemente penalizada”.
Nas provas teóricas surge o mesmo problema, uma vez que “as questões colocadas variam de interno para interno”.
Tudo somado, “são, pelo menos, cinco dias de forte comprometimento da atividade assistencial - quer nas unidades onde se realizam as provas, quer nas unidades de onde procedem os membros do júri – de carga burocrática muito marcada e de injustiças entre os internos”. 

“Tudo precisa de ser reformulado”
Em termos da reformulação do exame final do Internato, Hélder Farinha defende a aplicação de métodos de avaliação adequados, com uma calendarização e preparação dos vários atores correta, “por forma a garantir os resultados pretendidos”. Estes devem ser “explicitados e coadunar-se com o curriculum da disciplina/especialidade”. 
Por outro lado, “torna-se imprescindível a gestão realista do tempo e recursos, assim como a responsabilização dos decisores, que já deveriam ter agido e nada fizeram. Só para se ter uma ideia, na edição de Junho deste ano da Revista da Ordem dos Médicos, o presidente do Colégio de Medicina Geral e Familiar, José Maria da Silva Henriques, escreveu um artigo de opinião no qual pugna pela simplificação do curriculum vitae e cuja leitura recomendo vivamente. Por outro lado, a Coordenação de Internato da Zona Centro desde há alguns anos que tem vindo a discutir a necessidade de reformulação do exame prático, com o objetivo de ultrapassar os problemas da metodologia atual”.
Hélder Farinha defende ainda que “faz falta um exame escrito, igual para todos, que possa contrariar as diferenças entre os júris”. Este poderia substituir o atual exame teórico, “no caso de se pretender manter o esquema atual das três provas”.
No decurso desta mesa redonda, onde vão estar representados membros do Colégio da Especialidade de MGF da Ordem dos Médicos e da ADSO, serão divulgados os resultados de um estudo que visou conhecer a opinião dos médicos de família sobre esta problemática.

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Última actualização 2014-01-02